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Desafios da imigração: como enfrentar as dificuldades e se redescobrir em um novo país

  • Foto do escritor: Kauê Rode
    Kauê Rode
  • 22 de ago. de 2024
  • 4 min de leitura
brasileiros imigrando
brasileiros imigrando

Quando decidi mudar de país, eu sabia que estava embarcando em uma jornada transformadora, cheia de novas oportunidades e desafios. A imigração é uma experiência intensa, que toca todas as áreas da nossa vida. Deixar para trás um lugar que chamamos de lar, nossas raízes, amigos e familiares não é uma decisão fácil, e a adaptação ao novo ambiente pode ser desafiadora. Como psicólogo e também como alguém que já passou por isso, quero compartilhar um pouco das minhas reflexões e experiências, além de oferecer algumas orientações sobre como lidar com as dificuldades que surgem nesse processo.

Imigrar não é simplesmente mudar de país; é um processo profundo que envolve a construção de uma nova identidade. Muitas vezes, ao chegar em um novo lugar, nos sentimos como se estivéssemos recomeçando do zero. Tudo é diferente: a língua, a cultura, o clima, e até os pequenos detalhes do dia a dia, como a forma de se cumprimentar ou de se relacionar com os outros. Esses contrastes podem ser emocionantes, mas também podem gerar um sentimento de isolamento e saudade de casa.


Lembro-me de como foi difícil, no início, lidar com a barreira do idioma. Embora eu tivesse um bom conhecimento da língua, não era a mesma coisa que viver imerso nela. As conversas rápidas, as gírias, os sotaques… tudo isso pode fazer com que nos sintamos perdidos ou inadequados. E é exatamente nesses momentos que os pensamentos negativos podem surgir: “Será que eu vou conseguir?”, “Será que fiz a escolha certa?”, “E se eu não me adaptar?”.

É importante reconhecer que esses sentimentos são normais. Todos que passam pelo processo de imigração, em algum momento, se deparam com dúvidas e inseguranças. No entanto, é essencial não deixar que esses pensamentos tomem conta e impeçam nosso crescimento e adaptação.

A Teoria Cognitivo-Comportamental (TCC), abordagem na qual me especializei, oferece ferramentas valiosas para enfrentar esses desafios. A TCC nos ensina a identificar e questionar os pensamentos negativos que surgem em momentos de dificuldade. Se você se pega pensando que nunca vai conseguir se adaptar, por exemplo, é importante parar e se perguntar: “Será que isso é verdade? Será que não estou sendo muito duro comigo mesmo?”. Muitas vezes, percebemos que estamos nos julgando de forma injusta, baseados em expectativas irreais de que deveríamos nos adaptar imediatamente e sem dificuldades.

Outro ponto crucial é a ação. Em vez de nos isolarmos e permitirmos que o medo ou a insegurança nos paralise, é importante buscar estratégias que promovam a integração. Participar de grupos de apoio para imigrantes, buscar atividades onde possamos conhecer novas pessoas, e mesmo manter contato com aqueles que ficaram em nosso país de origem, pode nos ajudar a construir uma nova rede de apoio. E, claro, não devemos subestimar o valor de pequenas vitórias, como aprender uma nova palavra, entender uma piada local ou fazer um novo amigo.

A flexibilidade é outra habilidade vital nesse processo. A cultura de um novo país pode ser muito diferente da que estamos acostumados, e pode ser desafiador aceitar esses novos costumes sem sentir que estamos perdendo nossa própria identidade. Porém, é possível manter nossas tradições e valores enquanto nos permitimos aprender e crescer com as novas experiências. Encontrar esse equilíbrio pode nos ajudar a nos sentirmos mais confortáveis em nossa nova casa.


A resiliência é um tema recorrente em minha prática clínica, especialmente quando falamos sobre imigração. A capacidade de se adaptar e superar desafios é algo que pode ser desenvolvido. A TCC oferece diversas estratégias para fortalecer essa habilidade, como trabalhar a auto eficácia – a crença de que somos capazes de enfrentar e superar as dificuldades. A mudança de mentalidade, de uma perspectiva fixa para uma perspectiva de crescimento, nos permite ver os desafios como oportunidades de aprendizado, em vez de obstáculos intransponíveis.

Eu também acredito profundamente na importância de buscar ajuda quando necessário. A imigração pode ser solitária e desafiadora, e não há problema algum em admitir que precisamos de apoio. Um espaço terapêutico pode ser extremamente útil para explorar os sentimentos e emoções que surgem durante essa transição. Muitas vezes, conversar com alguém que entende o que estamos passando pode aliviar a carga emocional e nos ajudar a encontrar novas perspectivas.

A imigração é, sem dúvida, uma jornada desafiadora, mas também pode ser uma oportunidade incrível para crescimento pessoal. O processo de adaptação leva tempo, e é normal que haja altos e baixos ao longo do caminho. Porém, com as ferramentas certas e uma rede de apoio, é possível transformar as dificuldades em aprendizado e encontrar um novo equilíbrio em nossa vida.

Se você está passando por essa experiência, saiba que não está sozinho. A adaptação a um novo país é um processo gradual, e cada pequena conquista deve ser celebrada. Acredite em sua capacidade de se adaptar e crescer, e lembre-se de que, mesmo nos momentos mais difíceis, você está construindo algo novo e valioso. Juntos, podemos enfrentar os desafios da imigração e encontrar nosso lugar neste novo mundo.






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